Galápagos – As Ilhas Encantadas do Pacífico
por Bruno Maia

O arquipélago de Galápagos ou “Ilhas Encantadas”, como era conhecido no século XVI, ganhou visibilidade por servir de inspiração para Darwin elaborar a teoria sobre a evolução das espécies. Transformou-se no primeiro Parque Nacional do Equador em 1959 e há muitos anos tem atraído viajantes interessados em experiências autênticas, de contato íntimo com a natureza.

Situado a cerca de 1000 km da costa do Equador, o arquipélago possui 13 ilhas principais e mais de 40 outras ilhotas. A riqueza da fauna local e as belas paisagens são os maiores atrativos deste destino que insiste em permanecer, merecidamente, na lista dos principais destinos para os ecoturistas do mundo inteiro.

Ameaças

Nos últimos anos, Galápagos tem aparecido na mídia devido às ameaças que vem sofrendo: aumento da população, pressão do turismo e introdução de espécies invasoras. As matérias têm focado na questão do turismo e algumas apontam a diminuição do fluxo de turistas como a solução para resolver os problemas.

Tal diminuição, caso não seja bem planejada, pode gerar um outro problema: caminho livre para a caça e a pesca predatória, como a de tubarões para alimentar o mercado asiático, o que já ocorre em algumas ilhas mais afastadas do arquipélago , onde os visitantes não chegam. Portanto, a organização da atividade antes de tudo se mostra mais eficiente do que uma medida desse nível.

É necessário organizar o turismo para que os próprios visitantes sejam cada vez mais “fiscais da natureza” e aumentem a consciência ambiental, patrocinando a conservação do local. Claro que, torna-se fundamental também, pensar no uso sustentável do arquipélago que serviu e de base para pesquisas sobre a nossa evolução, através do turismo científico de Charles Darwin a bordo do Beagle em 1835.

Turismo no arquipélago

Existem muitas formas de se conhecer o local. Pode-se escolher, por exemplo, uma das ilhas principais que possuem hospedagem, como Santa Cruz, San Cristóbal ou Isabela, fazendo passeios de barco diários. Entretanto, a maneira mais procurada e mais interessante é dormir a bordo e navegar pelas ilhas em barcos que servem de base para o contato com a natureza. São cruzeiros que, ao invés de oferecer entretenimento no interior da embarcação, estão preparados para expedições levando os viajantes aos pontos mais interessantes de observação de fauna e de mergulho.

A maioria dos barcos transporta em média 20 passageiros, ou seja, pequenos grupos que minimizam o impacto e permitem contato mais próximo com o ambiente visitado. Entretanto, alguns poucos têm capacidade para até 90 pessoas que desembarcam as ilhas em horários alternados, sendo divididos também em pequenos grupos.

Fauna local

Em Galápagos os animais são muito dóceis, curiosos e tranqüilos, ao contrário dos grandes centros urbanos, em que os animais são vistos como desconfiados e sempre fogem da presença humana, fruto do tratamento dominador e domesticador dos seres humanos em relação a eles, o que não ocorre no arquipélago. Como as espécies se respeitam, a interação é pacífica e harmônica. É isso que fascina naquele lugar. Um dos motivos é a rigidez das normas do parque relembradas a todo o momento pelos guias naturalistas que, obrigatoriamente, acompanham todos os barcos com grupos de viajantes.

Os guias e seus conhecimentos

Tais guias são fundamentais para uma visita bem-sucedida a Galápagos. São eles que passam as regras do parque, contam histórias sobre as ilhas, falam da formação geológica e das características de cada espécie de fauna e flora avistadas. Logo na chegada ao aeroporto eles recebem os visitantes que são obrigados a pagar uma taxa de preservação (100 dólares para estrangeiros e 50 dólares para residentes de países do Mercosul), como em Fernando de Noronha.

Galápagos e Fernando de Noronha, semelhanças: Pacífico e Atlântico

E não é só essa a semelhança, relativa à taxa de preservação, com o arquipélago brasileiro. A origem vulcânica, a questão da educação ambiental muito forte e até mesmo a passagem de Darwin por lá são características comuns aos dois. O arquipélago tupiniquim destaca-se com relação à atuação de projetos de conservação junto aos visitantes, vide Projeto Tamar. Portanto, para os brasileiros que não conhecem, Noronha também é uma boa opção de contato intenso com a natureza, só que em vez de estar nas “ilhas encantadas do Pacífico”, você estará na “esmeralda do Atlântico”.

Conservação e visitação

Em Galápagos a Fundação Charles Darwin, que possui base na ilha de Santa Cruz, é visitada pela grande maioria dos viajantes. No local, é possível observar tartarugas gigantes que estão sendo alvo de pesquisas científicas. Esta espécie é observada em seu habitat natural apenas em algumas ilhas, diferente dos leões marinhos que estão presentes em grande quantidade e na maioria das praias. Além destes animais, iguanas marinhas, iguanas terrestres, atobás de patas azuis, atobás mascarados, fragatas, tentilhões de Darwin, gaivotas de lava, pelicanos, flamingos, tartarugas verdes e albatrozes são facilmente observados e fotografados a menos de 2 metros de distância. Entretanto, muitas surpresas agradáveis não são fato raro em Galápagos, como por exemplo, avistar baleias jubarte cruzando o caminho do barco, mergulhar com tubarões martelo ou ver pingüins em plena linha do Equador.

A visita às ilhas é realmente uma experiência única. Às vezes é difícil comparar dois destinos porque apresentam atrativos e paisagens diferentes, porém é fácil descobrir quando ele é incomparável e único. Este é o caso de Galápagos.

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