Iaiá! Acende o candeeiro!
Só a luz ofuscante da candeia
E o clarão da lua cheia
É que faz o terreiro clarear!
Iaiá! Acende o candeeiro! Iaiá, Iaiá!
Só a luz ofuscante da candeia
E o clarão da lua cheia
É que faz o terreiro clarear!
Hoje tem festa nos quilombos dos palmares
Já se ouve pelos ares o som estridente do tambor
Ioio, ioio! No rabo de arraia certeiro
No jogo de angola rasteiro
De cobra igual cobra coral
Uma ligeireza nos raios, destreza fundamental
Qum paga o pato é o capitão do mato
Na luta do bem contra o mal
Iaiá, iaiá! Oi, Iaiá, iaiá! Oi, Iaiá,
iaiá!
O balançar na barra da saia
Levante e sacode a poeira do chão
Oi, abre a roda que agora o pau vai comer
Do samba angolano, na ginga do maculelê
Oi, quem tem sangue de quilombo não cai
Finge que vai, mas não vai, risca seu nome no vento
Rei Ganga Zumba vem dar início ao festejo
Sua voz é um lampejo que comanda o ritual
O seu lamento era um grito de guerra
Escova sobre a terra, tornando o quilombo imortal
Oi, Iaiá, iaiá!
Iaiá! Acende o candeeiro!
Só a luz ofuscante da candeia
E o clarão da lua cheia
É que faz o terreiro clarear!
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